Em maio, IBGE prevê alta de 3,6% na safra de grãos de 2019

Em maio, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2019 foi estimada em 234,7 milhões de toneladas, 3,6% superior à safra de 2018 (mais 8,2 milhões de toneladas) e 1,4% acima da divulgada em abril (mais 3,2 milhões de toneladas). Já a estimativa da área a ser colhida foi de 62,6 milhões de hectares, 2,7% maior que a de 2018 (mais 1,7 milhão de hectares) e 0,5% maior do que a do mês anterior (mais 297,5 mil hectares).

O arroz, o milho e a soja representam 92,4% da estimativa da produção e respondem por 87,4% da área a ser colhida. Em relação a 2018, houve aumento de 6,3% na área do milho (declínio de 0,3% no milho de primeira safra e aumento de 9,1% no milho de segunda safra) e de 2,1% na da soja, e queda de 10,3% na área de arroz. Já na produção, ocorreram quedas de 4,5% para a soja e de 11,2% para o arroz, e acréscimo de 15,7% para o milho. O material de apoio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) está disponível nesta página.

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição regional: Centro-Oeste (106,2 milhões de toneladas), Sul (77,9 milhões de toneladas), Sudeste (22,1 milhões de toneladas), Nordeste (19,2 milhões de toneladas) e Norte (9,3 milhões de toneladas). Em relação a 2018, ocorreram aumentos de 4,3% na Região Norte, 5,1% na Região Centro-Oeste, 4,5% na Região Sul e de 0,3% na Região Nordeste, e queda de 3,3% na Região Sudeste. Entre as unidades da Federação, Mato Grosso lidera com 27,5% de participação na produção nacional de grãos.

Destaques da estimativa de maio de 2019 em relação a abril

Em maio, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção: aveia (18,0%), cevada (11,5%), trigo (10,1%), sorgo (4,0%), milho 2ª safra (3,6%), feijão 3ª safra (2,1%), algodão herbáceo (1,8%), milho 1ª safra (0,6%), feijão 2ª safra (-0,4%), café canephora (-1,9%), feijão 1ª safra (-2,0%), café arábica (-2,6%), mandioca (-3,1%) e tomate (-3,2%).

Em números absolutos, os destaques ficaram com: milho 2ª safra (2.373.995 t), trigo (559.227 t), milho 1ª safra (148.383 t), aveia (143.583 t), algodão herbáceo (117.350 t), sorgo (94.475 t), cevada (41.011 t), feijão 3ª safra (9.420 t), feijão 2ª safra (-4.842 t), café canephora (-17.703 t), feijão 1ª safra (-26.884 t), café arábica (-60.092 t), tomate (-131.567 t) e Mandioca (-630.151 t).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa da produção de algodão foi de 6,5 milhões de toneladas, crescimento de 1,8% em relação ao mês anterior. A melhoria da produtividade (1,6%) foi o principal motivo para o aumento da produção em maio. Mato Grosso, maior produtor nacional de algodão, apresentou crescimento de 2,5% na estimativa da produção e alcançou 4,3 milhões de toneladas, o que representa 66,8% da safra nacional.

A Bahia também informou um crescimento de 0,8% na estimativa da produção. As lavouras chegaram a ser prejudicadas pela falta de chuva; contudo, o retorno das mesmas proporcionou uma recuperação da produtividade a partir de fevereiro. A produção estimada do Estado foi de 1,5 milhão toneladas, correspondendo a 22,6% da safra a ser colhida pelo País este ano. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção de algodão encontra-se 31,4% maior. No Mato Grosso e na Bahia, a área plantada encontra-se 40,4% e 24,3% maior, respectivamente. Apesar das preocupações com o clima em 2019, as lavouras, até o presente momento, encontram-se em desenvolvimento dentro da normalidade para a época.

CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção brasileira de café foi de 3,2 milhões de toneladas, ou 52,6 milhões de sacas de 60 kg, redução de 12,1% em relação à 2018. Porém, apesar da queda, essa produção pode ser considerada boa, considerando que 2019 é ano de bienalidade negativa para o café arábica. Em relação ao mês anterior, a produção encontra-se 2,4% menor. Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,3 milhões de toneladas, ou 37,7 milhões de sacas de 60 kg, queda de 2,6% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a produção do café arábica apresentou queda de 16,0%.

A Bahia reduziu sua estimativa de produção de café arábica em 26,9% em relação ao mês anterior. Minas Gerais também reduziu sua estimativa de produção em 1,9%, redução de 31,5 mil toneladas frente ao informado no mês anterior. Minas é o maior produtor de arábica do País, participando com 71,3% do total a ser colhido. A produção mineira deve alcançar 1,6 milhão de toneladas, ou 26,9 milhões de sacas de 60 kg.

Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a produção estimada, de 893,7 mil toneladas, ou 14,9 milhões de sacas de 60 kg, queda de 1,9% em relação ao mês anterior. Na Bahia, a estimativa da produção declinou 16,7%, devendo alcançar 108,0 mil toneladas ou 1,8 milhão de sacas de 60 kg. A estimativa da produção capixaba foi de 607,7 mil toneladas, ou 10,1 milhões de sacas de 60 kg. O Estado é responsável por 68,0% da produção nacional.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – A produção de trigo foi estimada em 6,1 milhões de toneladas, crescimento de 10,1% em relação ao mês anterior. Para o Paraná, maior produtor brasileiro, foi estimada uma produção de 3,2 milhões de toneladas, crescimento de 2,0%. Para o Rio Grande do Sul, segundo maior produtor brasileiro, representando 33,9% da produção nacional, foi estimada uma produção de 2,1 milhões de toneladas, um crescimento de 44,2%. Preços pouco atrativos, baixa liquidez e problemas climáticos têm frequentemente afetado a produção nacional de trigo. Apesar desses problemas, a estimativa da produção de 2019 encontra-se 14,4% maior quando comparada à safra de 2018.

A estimativa para a produção de aveia foi de 939,1 mil toneladas, crescimento de 18,0% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a produção de aveia apresenta um aumento de 5,5%, apesar de retração de 2,3% na área plantada.

Para a cevada, a produção estimada foi de 398,4 mil toneladas, crescimento de 11,5% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção da cevada apresenta crescimento de 22,5%, com a área plantada devendo crescer 2,5%.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção foi de 3,0 milhões de toneladas, queda de 0,7% em relação ao mês anterior. Em relação à safra de 2018, a produção total de feijão deverá ser 2,5% maior. A 1ª safra de feijão está estimada em 1,3 milhão de toneladas, uma diminuição de 2,0% na produção frente à estimativa de abril, o que representa 26.884 toneladas. Destaques para o Piauí, que teve a produção reduzida em 10,3% (10.370 toneladas). Em Pernambuco, ocorreram declínios de 2,3% na área plantada, de 35,9% da produção e de 19,8% do rendimento médio. A falta de chuva em determinadas regiões afetou o desenvolvimento das lavouras. A comparação anual para a 1ª safra mostra uma redução de 11,4% na estimativa de produção.

A 2ª safra de feijão foi estimada com uma diminuição de 0,4% frente a abril. O Mato Grosso estimou um crescimento de 14,3% na produção (19.001 toneladas). O Paraná, maior produtor dessa safra, com participação de 32,6% do total, teve um declínio de 6,3% na estimativa de produção. As constantes chuvas que tem ocorrido no decorrer dos últimos dias, não têm beneficiado as lavouras, pois, além de dificultar e retardar os trabalhos de colheita, está proporcionando um produto de qualidade inferior. Contudo, a produção paranaense ainda apresenta crescimento de 48,6% frente ao ano anterior, devido ao aumento da área plantada (15,4%) e do maior rendimento médio (28,8%), visto que, em 2018, as lavouras paranaenses de segunda safra enfrentaram uma forte seca.

Para a 3ª safra de feijão, a previsão é um aumento de 2,1% na produção em relação à estimativa de abril, o que representa 9.420 toneladas. O Mato Grosso foi o estado com maior influência nesse resultado, com as estimativas indicando aumento de 19,2% na produção, o que representou 14.127 toneladas. Goiás informou reduções de 1,9% na estimativa de produção e de 1,4% na área plantada. A estimativa para a 3ª safra de feijão encontra-se 0,8% inferior à de 2018. O principal responsável por esse declínio foi São Paulo com uma redução de 61,2% produção, ou seja, menos 46.300 toneladas, sendo, contudo, compensado, em parte, pelo aumento da produção de Mato Grosso, que alcançou 28,0%, ou 14.127 toneladas a mais.

MANDIOCA (raiz) – A estimativa da produção de mandioca foi de 19,8 milhões de toneladas, declínio de 3,1% em relação ao mês anterior. As quedas mais expressivas foram verificadas em Minas Gerais (35,4% ou 293,6 mil toneladas) e Paraná (7,9% ou 297,5 mil toneladas). A baixa rentabilidade da cultura e o clima seco mantiveram a maior parte dos agricultores afastada da comercialização. Porém, alguns produtores aumentaram as entregas, devido à necessidade de se capitalizar para o plantio da safra 2019/20, para saldar compromissos financeiros. Ao mesmo tempo, devido à baixa liquidez nos mercados dos derivados, especialmente no da fécula, a demanda por mandioca se enfraqueceu, e parte da indústria diminuiu a moagem, chegando até a interromper a atividade por alguns dias. Em relação ao ano anterior, a produção apresenta crescimento de 2,4%. A área plantada apresenta retração de 27,0%, o que pode limitar as produções de raízes para os próximos anos. Preços pouco compensadores têm desestimulado o plantio bem como a colheita das raízes, permanecendo as mesmas mais tempo no campo.

MILHO (em grão) – Em relação à última informação, a estimativa da produção cresceu 2,8%, totalizado 94,1 milhões de toneladas. Ao todo, foram acrescidas 2,5 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção encontra-se 15,7% maior. Na 1ª safra de milho, a estimativa da produção alcançou 25,9 milhões de toneladas, acréscimo de 0,6% em relação à última informação. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção do milho 1ª safra foi 0,7% maior.

Em função do plantio antecipado da soja, no presente ano agrícola, houve um maior período para a “janela de plantio” para o milho 2ª safra. Isto possibilitou menor risco para as lavouras no campo, uma vez que reduziu a probabilidade da ocorrência de períodos secos, durante o ciclo, o que está repercutindo positivamente no rendimento médio, estimado para a atual safra com crescimento de 12,4%, devendo alcançar 5.445 kg/ha. A estimativa da produção encontra-se em 68,2 milhões de toneladas, aumento de 3,6% em relação ao mês anterior e aumento de 22,6% em relação ao ano anterior. Esse volume de produção de milho 2ª safra é recorde da série histórica do IBGE, tendo suplantado o da safra de 2017, até então, o maior obtido pelo País, marcando 67,6 milhões de toneladas. Os aumentos mais expressivos em volume de produção, em relação ao mês anterior, foram estimados para Mato Grosso (8,3% ou 2,2 milhões de toneladas) e Sergipe (39,2% ou 203,9 mil toneladas).

SORGO (em grão) – A estimativa da produção alcançou 2,5 milhões de toneladas, crescimento de 4,0% em relação ao mês anterior. Apesar de mais tolerante ao clima que o milho, as lavouras de sorgo também têm sido favorecidas pela maior ocorrência de chuvas nos principais estados produtores. O maior aumento de produção, em termos de volume, foi informado por Minas Gerais, 130.929 toneladas, ou 16,1% a mais, em relação ao mês anterior. A produção mineira, de 942,8 mil toneladas, representa 38,3% do total nacional nesta safra. Em Goiás, maior produtor do País, com 41,8% de participação no total, a estimativa da produção cresceu 0,6%, devendo a mesma ser superior a 1,0 milhão de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção apresenta crescimento de 9,2%, embora a área plantada com esse cereal esteja com redução de 5,5%. O sorgo é muito cultivado em época de segunda safra nas áreas de Cerrado e, devido sua maior tolerância ao clima, possui uma “janela de plantio” mais estendida que o milho, nesse bioma. Contudo, como em alguns estados a colheita da soja foi antecipada, aumentando a “janela de plantio” para o milho 2ª safra, os produtores deram preferência ao plantio desse cereal, uma vez que apresenta maior liquidez e preço.

TOMATE – A produção brasileira deve alcançar 4,0 milhões de toneladas, redução de 3,2% em relação ao mês anterior. No presente mês, Minas Gerais informou declínio de 28,4% na produção em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a produção de tomate apresenta declínio de 2,5%. Com uma produção dividida em dois grandes grupos, para fins de levantamentos da produção, “tomate rasteiro” para indústria e “tomate estaqueado”, mais consumido na forma in natura, este último, frequentemente, destaca-se pela grande variação de seus preços, que são muito sensíveis aos desequilíbrios momentâneos entre oferta e procura no mercado.

Por Agência de Notícias IBGE

 

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